8 de agosto de 2016

Manejo da Podridão Vermelha do Tronco do Sisal.

Manejo da Podridão Vermelha do Tronco do Sisal

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/28778/1/CTE92.pdf 

28 de fevereiro de 2011

Cultura do Sisal




Aspectos Gerais:
O sisal – Agave sisalana Perrine, Amarilidaceae – é planta originária do México (Yukatan), é importante fibra dura no comércio mundial. É cultivado em regiões semi-áridas de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Na Bahia a região de Conceição do Coité (Santa Luz, Queimadas, Retirolândia, Valente) é tida como principal produtora de sisal do estado. No Nordeste destacam-se os estados de Paraíba e Bahia.
As folhas, com ápice ponteagudo crescem em torno de um bulbo central, são rígidas, lisas, cor verde – lustrosa com 10cm. de largura e 1,5m. de comprimento aproximadamente.
A espécie mais cultivada é a Agave sisalana. Há em uso os híbridos-da-Paraíba e híbrido-do-Rio-Grande-do-Norte, mais exigentes em solo/clima e que produzem até 700 folhas no ciclo (6 a 8 anos), contra 180 a 240 folhas do comum em 5 a 15 anos. O ciclo médio de vida do sisal comum é 8 anos, findos os quais a planta entra em floração e morre sem frutificar. O híbrido frutifica.

Usos do sisal:
Fibra das folhas: a fibra beneficiada é destinada a indústria de cordoaria (para cordas, cordéis, tapetes, capachos, outros); também é excelente matéria-prima para a fabricação de celulose, papéis finos e indústria farmacêutica. Como subprodutos destacam-se acetona, alcatrão, amônia, cera, clorofila, outros.
Na espécie Agave tequilana produz-se a tequila (México) com 40-50% de álcool.
A fibra seca corresponde a 3% da folha; a polpa da folha é usada como forragem ou adubo.
O bastão floral é usado em construção rurais.



Clima e Solo:
Clima: temperatura em torno de 25ºC (média), chuvas entre 1.000-1.500mm/ano bem distribuídas.
Solos: com textura média (areno-argiloso a argilo-arenoso), rico em cálcio, magnésio e potássio, permeável, com boa drenagem, boa fertilidade, livres de encharcamento, profundidade mínima de 0,5m., pH 5,5 a 6,0, declividade abaixo de 5%.


Plantio:
Mudas: podem ser obtidas de: bulbilhos de bastões florais que são enviveirados até atingirem 30-40cm. de altura.
Por rebentões: que estarão aptos ao plantio quando tiverem 30-40cm. de altura, 10-12 folhas e 6 meses de idade (cortados a no máximo, 8 dias antes do plantio).


Preparo da área:
Limpeza, queima, aração, gradagem, adubação.
Aração: a trator ou animal, a uma profundidade de 20cm., cortando-se o sentido das águas.
Gradagem: deve ser leve para nivelar o terreno e eliminar ervas daninhas.
Espaçamento: em fileiras simples o espaçamento 3,0m. (fileiras) x 0,8m. (plantas) plantando-se 4.166 mudas num hectare. Em fileiras duplas 3,5m. x 1,0m. x 0,8m.


Plantio propriamente dito:
Abre-se covas (20cm.) com enxadas apropriadas, coloca-se a muda em terreno úmido apertando-se a terra em volta da muda. O plantio faz-se nos períodos normais de chuvas (inverno e/ou trovoadas).


Tratos:
- Realizar 2 capinas no 1º ano, uma capina no 2º ano e uma roçagem no 3º ano, pós colheita.
- Eliminar e substituir plantas que emitirem o pendão.
- Efetuar o raleamento deixando-se sempre 2 rebentos por planta-mãe (época da roçagem), a partir do 3º ano.
- Adubar com químicos no plantio e após colheita; adubar com resíduo de sisal à distância mínima de 20cm. do pé.
- Renova-se o plantio quando 70% das plantas tiverem emitido o pendão floral.


Pragas e Doenças:
Cochonilha, joaninha, vespas, fungos.
Doenças são decorrentes de desequilíbrio nutricional e estagnação de água no solo.


Colheita:
20-30 meses pós plantio efetua-se o 1º corte das folhas da base bem rente do bulho deixando-se, no mínimo, 10 folhas abertas. A partir do 2º ano, de 9 e 9 ou 12 em 12 meses, colhe-se apenas 60% das folhas (15 a 25 folhas). A época favorável é sempre após as primeiras chuvas. Um trabalhador colhe em média 2.500 folhas dia (atando-as em feixes de 25 folhas). Um hectare de sisal produz entre 700 e 1.000Kg. de fibra seca/ano. Pode produzir 1,2 a 3,0t./ha/ano.


Beneficiamento do Sisal:
Desfibramento: Selecionar folhas por tamanho (melhora rendimento e qualidade), manter o motor bem regulado (evitar sisal mal desfibrado que é refugo). O motor deve ter proteção para evitar acidentes.
O desfibramento deve ser feito logo após a colheita quando a folha é golpeada violentamente e, por raspagem, elimina-se a polpa que envolve as fibras. Uma maquina, operada por 2 homens, pode beneficiar 6.000 folhas ao dia (90 a 120Kg. de fibras).
Secagem: Após desfibramento estende-se as fibras para secagem em espaldadeiras de arame (se possível) ao sol (2 dias de sol); são suficientes para se ter fibras secas e alvas. Fibras deixadas à noite no campo devem ser recolhidas após mais três horas de exposição no dia seguinte (10 horas) da manhã.
Armazenamento: As fibras secas devem ser arrumadas bem estendidas e sem dobras, em feixes de 15 a 20Kg. sobre estrados de madeira, em local arejado, fresco, livre de umidade.
Verificar diariamente o estado das fibras (livres de fungos, goteiras, outros). Meter a mão entre as fibras, se a temperatura estiver maior que a ambiente abrir os fardos e colocar as fibras ao sol. As fibras são classificadas em extras, longas, médias e curtas.


Bibliografia Consultada:
Editora Abril S.A Guia Rural Plantar
São Paulo 1991

Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola Sistema de Produção de Sisal
Comunicado Técnico nº 12 Nov. 1995